"Die Religion...
Sie ist das Opium des Volkes"
(A religião é ópio do povo)
A frase está na Critica
da Filosofia do direito de Hegel obra escrita em 1843 e publicada em
1844 no jornal Deutsch-Französischen Jahrbücher, que Marx
editava com Amold Roge.
Seu contexto imediato
é o seguinte:
"É este o
fundamento da crítica irreligiosa: o homem faz a religião, a
religião não faz o homem. E a religião é de fato a autoconsciência e o
sentimento de si do homem, que ou não se encontrou ainda ou voltou a se perder.
Mas o Homem não é um ser abstrato, acocorado fora do mundo. O homem é o mundo
do homem, o Estado, a sociedade. Este Estado e esta sociedade produzem a
religião, uma consciência invertida do mundo, porque eles são um mundo
invertido. A religião é a teoria geral deste mundo, o seu resumo enciclopédico,
a sua lógica em forma popular, o seu point d'honneur espiritualista,
o seu entusiasmo, a sua sanção moral, o seu complemento solene, a sua base
geral de consolação e de justificação. É a realização fantástica da
essência humana, porque a essência humana não possui verdadeira realidade. Por
conseguinte, a luta contra a religião é, indiretamente, a luta contra aquele
mundo cujo aroma espiritual é a religião.
A miséria religiosa constitui
ao mesmo tempo a expressão da miséria real e o protesto contra
a miséria real. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o ânimo de um
mundo sem coração e a alma de situações sem alma. A religião é o ópio do
povo.
A abolição da
religião enquanto felicidade ilusória dos homens é a exigência
da sua felicidade real. O apelo para que abandonem as ilusões a
respeito da sua condição é o apelo para abandonarem uma condição que precisa
de ilusões. A crítica da religião é, pois, o germe da crítica
do vale de lágrimas, do qual a religião é a auréola.
A crítica arrancou as
flores imaginárias dos grilhões, não para que o homem os suporte sem fantasias
ou consolo, mas para que lance fora os grilhões e a flor viva brote. A crítica
da religião liberta o homem da ilusão, de modo que pense, atue e configure a
sua realidade como homem que perdeu as ilusões e reconquistou a razão,
a fim de que ele gire em torno de si mesmo e, assim, em volta do seu verdadeiro
sol. A religião é apenas o sol ilusório que gira em volta do homem enquanto ele
não circula em tomo de si mesmo.
Conseqüentemente, a tarefa
da história, depois que o outro mundo da verdade se
desvaneceu, é estabelecer a verdade deste mundo. A tarefa imediata da
filosofia, que está a serviço da história, é desmascarar a auto-alienação humana
nas suas formas não sagradas, agora que ela foi desmascarada na sua forma
sagrada. “A crítica do céu transforma-se deste modo em crítica da terra, a crítica
da religião em crítica do direito, e a crítica da teologia em
crítica da política."
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